Jorge Valdivia Carrasco

Jorge Valdivia Carrasco nasceu em Ayacucho no Peru e vive na Alemanha há mais de três décadas. Desde muito jovem que se interessa pela pintura, exercendo sempre profissionalmente esta atividade artística. Evoluiu em busca permanente de uma expressão própria, tendo atingido um nível de qualidade e reconhecimento que lhe permitiu integrar a Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco em Paris.

Jorge Valdivia ao longo da sua carreira artística realizou inúmeras exposições individuais internacionais, donde destacamos as mais significativas:
1998 – Museu Nacional do Peru em Lima;
1999 – Museu das Américas em San Juan, Porto Rico;
The City of El Paso Art Department Texas,USA;
2001 – Casa Hispano Americana em Milão, Itália;
Museu Nacional d` Abruzzo em Itália;
HypoVereinsbank em Mainz, Alemanha;
2003 – Palazzo Comunale em Calvi dell`Umbria, Itália;
Palazzo Comunale em Gualdo Tadino, Itália;
2005 – Millennium / BCP em Lisboa, Portugal;
Mainzer Volksbank – Mainz, Germany;
2006 – Centro Cultural Latino em Dallas, USA;
2007 – Galeria da Embaixada do Peru em Washington, USA;
2008 – Galeria de Artes Visuais da Universidade Ricardo Palma em Lima, Peru;
2010 – “Allarts Gallery” Lisboa, Portugal;
2011 – “Coliseu do Porto” Portugal;
Arte Lisboa” Feira de Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal;
2012 – “Allarts Gallery” – Cascais, Portugal;
Instituto Camões – Lisboa, Portugal;
2014 – Galeria ACI – Madrid, Espanha;
2015 – Museu Nacional do Peru em Lima;
Execução de um conjunto de obras de arte para o Hotel Palácio do Governador em Lisboa, Portugal. 2016 – “Visiones” Instituto Camões, Portugal. 2018 – Instituto Cervantes, Lisboa – Portugal. 2018 Consulado Geral do Peru em Florença – Itália; 2019 Aviz Trade Center, Porto – Portugal

Carlos Germán Belli, Prémio Ibero-americano de Poesia – Pablo Neruda, em 2006, dedicou a Jorge Valdivia um poema, publicado na revista de arte “Sibila 26” em Janeiro de 2008, que assim termina:
“…De quien tiene delante un cuadro tuyo / Donde renace un clásico / Y el contemplador boquiabierto tornase / En alguien que descubre al fin el arte.”

Carlos Germán Belli também referiu…“Admirar os quadros de Jorge Valdivia Carrasco implica um ato duplo, como seja contemplar a arte de um mestre antigo e a arte de um mestre moderno: cada uma das suas obras é a representação de uma tela do primeiro, graças ao arguto pincel do outro. No entanto, esta dupla descoberta imediatamente deixa de o ser, sendo uma coisa só no gozo estético alcançado pelo contemplador, em cuja retina convergem o atraente cromatismo, a cuidadosa conceção das imagens, as alheias e as próprias, e um assombro infinito por tudo aquilo.
Creio que a admiração que Jorge Valdivia professa pelos seus mestres renascentistas é-nos por ele inculcada, ainda que nós apreciemos para além disso e com igual fervor a sua arte singular. Assombra-nos, quer pelo dom de reproduzir com fidelidade modelos pictóricos ancestrais quer pela ousadia de os transgredir com o fogo da sua fantasia, quer ainda por nos surpreender ao verificar que os estilos de um ontem longínquo podem constituir pontos de partida para outra arte, que nasce graças a um pintor tão exímio e tão imaginativo, que deveras poucos como ele existem hoje."
O poeta Carlos Germán Belli foi recentemente distinguido com o Prémio Nacional de Cultura 2016 – Carreira-, pelo Ministério da Cultura do Peru.

Alfonso Castrillon Vizcarra, Director da Galeria de Artes Visuais da Universidade Ricardo Palma e crítico de arte, refere-se a Jorge Valdivia como um pintor que “…tem um refinamento sofisticado na escolha e tratamento das suas imagens e, retomando práticas antigas como as veladuras, demonstra uma notável e experimentada técnica, bem expressa na enorme destreza como trabalha os vestidos e os adornos das suas figuras, que afirmam o seu sentido humanista e exaltam a sua individualidade criativa” e diz ainda “…coloca as suas personagens em espaços estranhos e em situações extremas de diálogo absurdo com aves, peixes e répteis… mas as suas composições não são improvisados… partem da arte do passado, de consagradas figuras e peças de museu, negando-as de maneira incomoda, mesmo impertinente, fazendo evidenciar a oposição arte/natureza e mostrando que a realidade se impõe e contradiz às tradições”.

Ricardo Gongález Vigil conhecido escritor, intelectual e crítico de arte peruano, dedicou a Jorge Valdivia Carrasco um texto que explicita bem a genialidade e originalidade que marca toda a obra deste pintor.

“Espaço privilegiado de luz e marcado pelo esplendor das coisas e dos seres que o habitam, cada obra de Jorge Valdivia Carrasco constitui uma verdadeira celebração à pintura. Por um lado revela a magia e o mistério das suas formosas damas com longos e curvilíneos pescoços, em expressiva conjugação com aves de rara beleza, resultando numa abordagem estética feiticeira quando não mesmo caçadora, onde paira uma miríade de cantos potenciais. Por outro lado, apropria-se e reelabora, com matizes modernas e com o selo criativo de uma visão inédita, as formas pictóricas dos séculos XIV a XVII, em particular as “damas graciosas" dos mestres italianos e flamengos, assim como a fauna simbólica de Jan Van Eyck, Botticelli, Rafael, El Bosco e Dürer.
Tal como o grande poeta peruano Carlos Germán Belli que classificou de “estrofes hospitaleiras” as combinações métricas dos poetas provençais e italianos que, em estilo muito pessoal refez nos seus escritos, rendendo homenagem à linguagem poética dos séculos XII a XVII, bem poderia o grande pintor peruano Jorge Valdivia Carrasco sustentar que, no seu caso, as suas pinturas atuam como “hospitaleiras marcações pictóricas” dos atrás assinalados séculos XIV a XVII.
Jorge Valdivia Carrasco partilha com Carlos Belli o virtuosismo dos recursos que utiliza
(domínio do desenho, disposição espacial, gama cromática, etc) e a intensidade vivencial com que as suas obras transcendem a relação mimética e desenvolvem uma outra dimensão, visionária e com rasgos oníricos; EVASIONES, assim lhes chamaria Rimbaud.”

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